domingo, 16 de julho de 2017

Análise de Falha: Um "Mal"​ Necessário

A Análise de Causa Raiz (RAC), Análise de Falha (AF) ou Análise de Falha Aplicada (AFA), é uma metodologia muito importante, que deve ser buscada como sendo umas das principais habilidades de um profissional de manutenção, pois ela tem como objetivo eliminar a reincidência de falha e retirar a equipe de manutenção do modo reativo, diminuto a frequência com que ocorre as manutenções corretivas.
Com base em minha experiência vivenciada e adquirida em conversas com profissionais da área, considero que a citação anterior deveria ser tomada como uma lei por profissionais de manutenção, mas essa realidade é pouco observada na pratica.
Quando uma equipe de manutenção negligencia a pratica de Análise de Falha, acontece o aumento de quebras inesperadas, elevando os custos e tornando as falhas sempre imprevisíveis. Desta forma a manutenção assume uma característica de “vilã”, pois acaba impedindo a operação de cumprir sua programação de produção.
Apesar de todos os profissionais de manutenção terem conhecimento da importância da Análise de Falha, muitos não aplicam por não terem uma boa percepção de como proceder corretamente com a Análise, desta forma, demostrarei o básico da metodologia que utilizo para entender e chegar a origem da falha. Antes de demostrar, irei expor algumas definições importantes na Análise de Falha.
  • Causas: São todas os fatores que podem levar a comprovação dedutiva direta ou indireta do fenômeno analisado.
  • Fatores Causais: Todos os fatores internos ou externos que dentro de uma coordenação logica podem impactar nos resultados.
  • Causa Raiz: São anomalias que se corrigidas podem prevenir a recorrência do evento ou de eventos similares.
É importante tomar como nota que a causa raiz sempre está interligas a uma série de eventos. Estes eventos devem ser pesquisados até que a causa fundamental seja evidenciada, afim de expor causas até então obscuras e, desta forma, propiciar definição de uma estratégia de melhoria duradoura.
Muitos profissionais burocratiza o processo de análise de falha, organizando diversas reuniões de análise, utilizam ferramentas de qualidade como Brainstorming, 5 Porquês e etc. E se esquecem de buscar evidencias no local da falha, coletar amostras do material e depoimentos dos envolvidos, se apegando a suposições e hipóteses que em muitos casos não são muito eficazes.
O método que utilizo na execução de análise falha segue 5 procedimentos descritos abaixo:
1.   Entrevistar os profissionais envolvidos no incidente;
2.   Acesso ao histórico de manutenção e operação do equipamento;
3.   Coleta de amostras: Peças danificadas (esse material coletado deve ser bem acomodado afim de proteger dos danos do transporte, o que vai interferir diretamente no resultado final);
4.   Análise de dados.
5.   Conclusão dos fatos.
Os 5 procedimentos citados acima são necessários para executar uma boa análise.
Na execução do item 1 é necessário fazer perguntas com o objetivo de identificar falhas que são pertinentes a ação humana.
Na execução do item 2, o objetivo é identificar falhas ocasionadas por negligência na execução das práticas de manutenção utilizadas.
Na execução do item 3, o objetivo é identificar com ajuda de equipamento ótico as características visuais da falha. Todo esforço mecânico deixa sua impressão digital nas peças danificadas.
Na execução do item 4, o objetivo é fazer um confronto direto entre as teorias e os fatos, neste estágio é necessário que o executor da análise tenha grande conhecimento do funcionamento do elemento analisado, pois será aqui que as teorias serão testadas cientificamente.
Ainda em referência ao item 4, sugiro aos profissionais terem uma visão investigativa dos fatos, eu particularmente me inspiro no maior detetive da história da literatura inglesa de autoria do escritor e medico Sir Arthur Conan Doyle – Sherlock Holmes. Pois acredito que fazer uma análise de falha é exatamente fazer o trabalho cientifico de colocar as teorias a prova o tempo todo, até achar a teoria que melhor se adeque aos fatos.
O que percebo é que muitos profissionais ao executar uma análise de falha, comente o pecado de acreditar que os fatos devem se adequar a teoria e nunca o contrário.
O item 5 é onde acontece a exposição dos fatos, teorias que atende aos fatos e o principal de todos os itens, exposição dos pontos de melhoria e plano de ação para execução.
Nota: Este artigo é apenas uma explanação superficial de como executo uma análise de falha. Não tenho como objetivo abrir detalhadamente cada tópico, pois eu precisaria explicar assuntos extensos e complexo das disciplinas de Elementos Orgânicos de Maquinas, Dinâmica Aplicada a Maquinas, Resistência e Ciências de matérias.

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